sábado, 28 de junho de 2008

Enric Vives-Rubio/PÚBLICO (arq.) Os nova-iorquinos mais desfavorecidos terão melhor acesso a produtos frescos e naturais o mais tardar na Primavera
Emitidas mil novas licenças
Nova Iorque combate obesidade com bancas móveis de frutas e vegetais
Por: PUBLICO.PT
Se for a Manhattan e sentir fome, mas não tiver tempo para uma refeição completa, tem uma alternativa à “fast food”: bancas móveis de frutas e vegetais. Mas as pessoas que vivem nos bairros mais pobres de Nova Iorque, precisamente as que registam as maiores taxas de obesidade, não têm essa possibilidade de escolha, situação que as autoridades locais querem inverter com a instalação de mil “bancas verdes” nessas áreas.
Nesta quarta-feira, a medida foi votada favoravelmente pelo Conselho da Cidade e a sua porta-voz, Christine Quinn, garantiu à Reuters que os nova-iorquinos mais desfavorecidos terão melhor acesso a produtos frescos e naturais o mais tardar na Primavera: “As comunidades na nossa cidade onde a obesidade e a diabetes continuam a subir muito são as mesmas onde falta até o acesso mais básico a frutas e vegetais frescos”.A disparidade entre zonas ricas e pobres é significativa: há mais de quatro mil “bancas verdes” em Nova Iorque, mas a grande maioria situa-se em zonas abastadas, como Manhattan. Os apoiantes da decisão argumentam que os mais pobres estão cercados por lojas de conveniência, que vendem em geral produtos processados e embalados.Os opositores à medida também se fizeram ouvir, e com sucesso relativo, pois os protestos dos supermercados e dos donos de lojas conseguiram baixar o número de autorizações previstas na proposta inicial. “Se as pessoas quisessem esses produtos, as lojas vendê-los-ia e haveria ‘bancas verdes’ nas ruas”, argumentou o conselheiro John Liu.Apesar da pressão dos supermercados e das lojas de conveniência, pelo menos mil novas bancas vão para as ruas dos bairros pobres. Os números são elucidativos do problema: mais de metade dos nova-iorquinos adultos tem excesso de peso e 700 mil sofrem de diabetes, mas, enquanto em Manhattan a taxa de obesidade é de 15 por cento, nos bairros de Harlem, South Bronx e Bedford-Stuyvesant, em Brooklyn, o valor sobre para 27 por cento.Esta não é a primeira medida das autoridades de Nova Iorque para levar os seus cidadãos a terem hábitos mais saudáveis: em 2003, a cidade proibiu que se fumasse em bares em restaurantes, em 2006 proibiu os restaurantes de usaram gorduras trans-saturadas e prepara-se para obrigar as cadeias de “fast food” a indicar a quantidade de calorias nos placards dos seus menus.

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